Gestão de Projectos - Porquê evoluiu tanto quanto as empresas

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Conceituação de Projectos e evolução histórica
Na sua acepção mais básica um projecto é definido como um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Nesta definição destacamos os elementos muito associados entre si, o tempo e objectivo. O tempo de um projecto o caracteriza de um início e fim bem delimitados que não podem ser confundidos com o tempo de duração do seu produto ou resultado que em alguns casos são perpétuos. E um projecto termina quando são ou não alcançados os seus objectivos, quando desaparece a sua necessidade, quando o seu cliente ou patrocinador decide encerra-lo. Já os objectivos são a razão da existência dos projectos, que podem ser concebidos pelos mais variados motivos como por exemplo, A demanda dos Mercados, Estratégias Económicas, Necessidades Administrativas, Actualização Tecnológica, Conformidade com nova legislação, entre outros, com vista a criar novas soluções ou resolver problemas.
Existem poucos relatos sobre o historial da gestão de projectos, entretanto consensualmente consta que nos campos como a construção civil, engenharia e nas actividades de defesa militar, já se realizavam projectos com menos complexidade, a chamada linha clássica de projectos, onde o foco inicial era a análise de sistemas de computação e a implantação de empreendimentos físicos. Até o início da década de 1900 as empreitadas de construção civil eram geridas por arquitectos criativos, engenheiros e mestres de construção. Apenas a partir de 1950 as organizações adoptaram sistematicamente ferramentas de gestão de projectos complexas, embora esta evolução, dos projectos, tenha se prendido às áreas de aplicação - isto é, ao desenvolvimento de projectos de informática e à construção e montagem de obras de grande porte. Na altura os gestores de projecto ocupavam-se totalmente pelos custos e proveitos dos projectos, isto nas empresas orientadas-para-projectos, onde forçosamente a gestão de projectos começava a ganhar a categoria de profissão. Já nas empresas de baseadas em produtos e serviços, cuja actividade não implicava um fluxo contínuo de projectos, o gestor de projectos nunca teve um estatuto de profissão a pesar de tais empresas possuírem uma estrutura híbrida.
O conceito de projectos evoluiu, sendo definido genericamente como sistema interligado de actividades de relativa complexidade, não-repetitivas, com objectivo pre-especificado, com restrições de custo e prazos, e recursos agrupados no início e dispersados no fim do projecto.
São apontados como factores que contribuíram para aceitação da gestão de projectos as duas recessões económicas vividas nos últimos 25 anos, concretamente na necessidade de as empresas substituírem a gestão tradicional e adoptarem metodologias avançadas de gestão de projectos. O ambiente externo dos negócios, a melhoria contínua, o posicionamento e diferenciação no mercado, o rigor dos clientes/stakeholders, a gestão de conflitos, dentre outros, são outros factores.
Os pioneiros da Ciência de Gestão como Henry Gantt e Jules Henri Fayol, contribuíram de certa forma às práticas da gestão de projectos através do Gráfico de Gantt e das Funções de Gestão, respectivamente. Na década de 50, modelos de análise de rede, que auxiliavam na planificação, visualização e coordenação das actividades do projecto, como o gráfico de PERT (Program Evaluotion and Review Tecnique), desenvolvido em 1958 pelo Escritório de Projectos Especiais da Marinha dos EUA; o CPM (Critical Path Method), desenvolvido em 1957 pela Dupont e mais tarde a EAP (Estrutura Analítica do Projecto), desenvolvida em 1962, disseminaram-se entre as empresas da época.
Nos anos a seguir, vários foram os processos que se desenvolveram para dar suporte à Gestão de Projectos:
1983 - 1990 - Gestão da Qualidade Total (TQM) - Esta ferramenta surgiu na necessidade de além de competir por uma estratégia na base de custos as empresas reconheceram a diferenciação pelo aumento da qualidade como vantagem competitiva em meados da década de 80.
1990-1995 - Engenharia Concorrente (Reengenharia) e Downsizing;
1995 - 2000 - Centros de Excelência em Gestão de Projectos;
2000 - 2002 - Modelos de Maturidade da Gestão de Projectos;
2002 - 2005 - Internet status Capacity Planning Models.
A nível mundial existem institutos e associações que tem se responsabilizado pela formação, desenvolvimento e disseminação de novos processos, metodologias e práticas. Temos o PMI (Project Management Institute) fundado em 1969 nos EUA. Sua principal referência, o PMBOK - Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projectos, é publicado quadrienalmente e já vai na sua quinta edição. Realiza anualmente um seminário-simpósio e oferece muitas certificações na área. A outra instituição de renome é o IPMA (International Project Management Association, fundada na Europa em 1967. Possui membros em todo mundo e oferece Programas de Certificação a 4 níveis em gestão de projectos.
A Gestão de Projectos hoje constitui uma função empresarial distinta que requer estudo e disciplina, podendo ser aplicada em praticamente todos ramos de actividade empresarial, desde o industrial às organizações de caracter social.
Bibliografia:
Gestão Moderna de Projectos – Melhores Técnicas e Páticas; António Miguel; 6ª Ed
PMBOK - Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projectos; PMI; 5ª Ed
Art. Gerência de projetos - uma reflexão histórica; Manuel M. Benitez Codas
Links:

https://en.wikipedia.org/wiki/Project_management

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